I
Veia tranquila e pura
Do meu paterno rio,
Dos campos, que ele rega,
Mansíssimo armentio.
Rocio matutino,
Prados tão deleitosos,
Vales, que assombravam selvas
De sinceirais frondosos,
Terra da minha infância,
Tecto de meus maiores,
Meu breve jardinzinho,
Minhas pendidas flores,
Harmonioso e santo
Sino do presbitério,
Cruzeiro venerando
Do humilde cemitério.
Onde os avós dormiram,
E dormirão os pais;
Onde eu talvez não durma,
Nem reze, talvez, mais,
Eu vos saúdo!, e o longo
Suspiro amargurado
Vos mando. É quanto pode
Mandar pobre soldado.
Sobre as cavadas ondas
Dos mares procelosos,
Por vós já fiz soar
Meus cantos dolorosos.
Na proa ressonante
Eu me assentava mudo,
E aspirava ansioso
O