Porque em meu sangue ardia
A febre da saudade,
Febre que só minora
Sopro de tempestade;
Mas que se irrita, e dura
Quando é tranquilo o mar;
Quando da pátria o céu
Céu puro vem lembrar;
Quando, no extremo ocaso,
A nuvem vaporosa,
À frouxa luz da tarde
Na cor imita a rosa;
Quando, do Sol vermelho
O disco ardente crece,
E paira sobre as águas,
E enfim desaparece;
Quando no mar se estende
Manto de negro dó;
Quando, ao quebrar do vento,
Noite e silêncio é só;
Quando sussurram meigas
Ondas que a nau separa,
E a rápida ardentia
Em torno a sombra aclara.
II
Eu já ouvi, de noite,
Entre o pinhal fechado,
Um frémito soturno
Passando o vento irado:
Assim o murmúrio
Do mar, fervendo à proa,
Com