A Harpa do Crente - Cap. 9: A VITÓRIA E A PIEDADE Pág. 97 / 117

rio adormecido!

E lá chorei, na idade da esperança,

Da Pátria a dura sorte:

Esta alma encaneceu; e antes de tempo

Ergueu hinos à morte:

Que a morte é para o mísero risonha,

Santa da campa a imagem...

Ali é que se aferra o porto amigo,

Depois de árdua viagem.

III

Mas quando o pranto me sulcava as faces,

Pranto de atroz saudade,

Deus escutou do vagabundo as preces,

Dele teve piedade.

«Armas!», bradaram no desterro os fortes,

Como bradar de um só:

Erguem-se, voam, cingem ferros; cinge-os

Indissolúvel nó.

Com seus irmãos as sacrossantas juras,

Beijando a cruz da espada,

Repetiu o poeta: «Eia, partamos!

Ao mar!» Partia a armada

Pelas ondas azuis correndo afoutos,

As praias demandamos

Do velho Portugal, e o balção negro

Da guerra despregámos;

De guerra em que era infâmia o ser piedoso,

Nobreza o ser cruel,

E em que o golpe mortal descia envolto

Das maldições no fel.





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