Folhas Caídas - Cap. 40: Capítulo XIV Pág. 69 / 80

Capítulo XIV

AVE, MARIA!

Maria, doce Mãe dos desvalidos,

A Ti clamo, a Ti brado!

A Ti sobem, Senhora, os meus gemidos,

A Ti o hino sagrado

Do coração de um pai voa, ó Maria,

Pela filha inocente.

Com sua débil voz que balbucia,

Piedosa Mãe clemente,

Ela já sabe, erguendo as mãos tenrinhas,

Pedir ao Pai dos Céus

O pão de cada dia. As preces minhas

Como irão ao meu Deus,

Ao meu Deus que é Teu Filho e tens nos braços,

Se Tu, Mãe de piedade,

Me não tomas por Teu? Oh! rompe os laços

Da velha humanidade;

Despe de mim todo outro pensamento

E vã tenção da Terra;

Outra glória, outro amor, outro contento

De minha alma desterro.

Mãe, oh! Mãe, salva o filho que Te implora

Pela filha querida.

De mais tenho vivido, e só agora

Sei o preço da vida,

Desta vida, tão mal gasta e prezada

Porque minha só era.





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