A Década Perdida - Cap. 3: O MENINO RICO Pág. 114 / 182

Anson encontrara-se com amigos às cinco horas e ficara a beber com eles livre e indiscretamente durante uma hora. Saiu do Yale Club à hora devida e o motorista da mãe conduziu-o ao Ritz, mas as suas capacidades habituais não estavam activas, e o impacte da sala de estar aquecida pô-lo de repente tonto. Sabia-o e estava ao mesmo tempo divertido e penalizado.

A prima de Paula tinha vinte e cinco anos, mas era excepcionalmente ingénua, e a princípio não compreendeu o que se estava a passar.

Nunca vira Anson e ficou surpreendida quando ele resmungou qualquer coisa e quase' caiu da cadeira, mas até Paula aparecer não lhe ocorreu que tomara pelo cheiro de uma farda limpa a seco o cheiro a whisky. Mas Paula compreendeu logo que chegou; o seu único pensamento foi levar Anson dali para fora antes de a mãe o ver, e pela expressão dos seus olhos a prima também compreendeu.

Quando Paula e Anson desceram para a limusina, encontraram lá dentro dois homens adormecidos: eram as pessoas com quem ele estivera a beber no Yale Club, e também iam à festa. Tinha-se esquecido completamente da sua presença no carro. No caminho para Hampstead acordaram e começaram a cantar. Algumas canções eram grosseiras e embora Paula tentasse reconciliar-se com o facto de Anson ter algumas dificuldades verbais, os seus lábios apertaram-se de vergonha e desgosto.

No hotel a prima, confusa e agitada, considerou o incidente e dirigiu-se para o quarto de Mrs. Legendre dizendo: - Não é engraçado?

- Quem é que é engraçado?

- Ora, Mr. Hunter. Pareceu-me tão engraçado.

Mrs. Legendre olhou-a de frente.

- Como é que ele é engraçado?

- Olhe, ele disse que era francês. Não sabia que ele era francês.

- Que disparate. Deves ter entendido mal.





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