Qualquer ênfase acidental nestas palavras de comando actuou como agente catalítico na confusão e no terror que iam na cabeça de Rudolph. Subiu por ele uma raiva selvagem e orgulhosa, e atirou violentamente o copo para dentro do lava-louça.
O pai emitiu um som abafado e rouco e atirou-se a ele. Rudolph saltou para o lado, subiu para uma cadeira e tentou pôr-se do outro lado da mesa da cozinha. Deu um grito penetrante quando uma mão lhe agarrou o pijama pelo ombro, e então sentiu o impacte forte de um punho contra o lado da cabeça, e golpes vindos de trás sobre a parte superior do corpo. Enquanto escorregava aqui e ali nas mãos do pai e era arrastado ou erguido quando se lhe agarrava instintivamente a um braço, sentindo dores agudas e estorcegões, não emitiu qualquer som além de um riso histérico por diversas vezes. Então as pancadas cessaram abruptamente em menos de um minuto. Depois de uma acalmia durante a qual o pai o mantinha bem agarrado e ambos tremiam violentamente, balbuciando palavras estranhas e truncadas, Carl Miller semi-ameaçou e semi-arrastou o filho para cima.
- Vai vestir-te!
Rudolph estava agora histérico e indiferente ao mesmo tempo. Doía-lhe a cabeça e tinha um grande arranhão no pescoço, das unhas do pai, e soluçava e tremia enquanto se vestia. Viu a mãe à porta em roupão, as faces engelhadas comprimindo-se, apertando-se e abrindo-se numa nova série de rugas que se estendiam e encurvavam desde o pescoço às sobrancelhas.