A Década Perdida - Cap. 2: O DIAMANTE DO TAMANHO DO RITZ Pág. 90 / 182

Quando Agosto se aproximava do fim, John começou a lastimar ter de voltar em breve para o colégio. Ele e Kismine tinham decidido fugir no Junho seguinte.

- Seria mais bonito casarmos aqui - confessou Kismine - mas está claro que eu nunca conseguiria licença do pai para casar contigo. Por isso prefiro fugir. Hoje em dia, na América, é terrível para as pessoas ricas casarem; têm sempre de mandar comunicados à Imprensa dizendo que se vão casar usando coisas antigas de família, quando afinal do que se trata é apenas de um montão de pérolas velhas em segunda mão e rendas usadas outrora pela Imperatriz Eugénia.

- Bem sei - concordou John com vivacidade.

- Quando estive em casa dos Schnlitzer-Murphy, a filha mais velha, Gwendolyn, casou com um homem cujo pai é dono de metade da Virgínia ocidental. Ela escreveu para casa dizendo que era uma grande luta ter de se governar com o salário dele como empregado de um Banco, e depois acabava por dizer: «Graças a Deus, tenho quatro criadas boas e isso ajuda um pouco.»

- É absurdo - comentou Kismine. - Pensa nos milhões e milhões de pessoas no mundo, trabalhadores e outros, que se arranjam só com duas criadas.

Uma tarde, no fim de Agosto, uma observação ocasional de Kismine alterou a face da situação, e lançou John em estado de terror.

Estavam no seu bosque favorito e, entre beijos, John entregava-se a devaneios românticos que, achava, dariam mais sabor às suas relações.

- Às vezes penso que nunca nos vamos casar disse ele tristemente. - És rica demais, esplendor os a demais. Ninguém tão rico como tu pode ser igual às outras raparigas. Devia casar com a filha de algum grossista de ferragens próspero, de Omaha ou de Sioux City, e contentar-me com o seu meio milhão.





Os capítulos deste livro