E digo isso porque, sob o aspeto superficial da cidade, sob o luxo e pobreza crescente, sob a parecença da alegria das ruas, com seus balcões de flores, suas bandeiras multicores, cartazes de propaganda e multidões em grande movimento pelas ruas, existia um sentimento iniludível e horrível de rivalidade e ódio políticos. As pessoas de todas as opiniões estavam dizendo, em tom de presságio: "Não vai tardar a formar-se barulho". O perigo mostrava-se bastante simples e inteligível. Era o antagonismo entre os que desejavam o prosseguimento da revolução e os que a queriam impedir ou deter - em última instância, uma disputa entre anarquistas e comunistas. Politicamente, não havia agora qualquer poder na Catalunha, com exceção do P.S.U.C. e seus aliados liberais. Mas contra isso existia a força incerta da C.N.T., menos bem armada e menos ciente do que queria, em comparação a seus adversários, mas poderosa devido a seu número e predomínio em diversas indústrias principais. Diante desse alinhamento de forças, era provável a eclosão de luta. Do ponto de vista do Generalato controlado pelo P.S.U.C., a primeira necessidade para assegurar sua posição estava em retirar as armas das mãos dos trabalhadores filiados à C.N.T.