Kopp compreendeu a cena num instante, abriu caminho até à frente, mediante empurrões, e puxou de volta um Guarda de Assalto alemão, sujeito de cabelo vermelho, que estava a ponto de tirar o pino de uma bomba com os dentes. Gritou para todos, ordenando que recuassem da porta, e nos declarou em diversos idiomas que devíamos evitar o derramamento de sangue. Depois disso saiu do edifício até à calçada e, bem à vista dos Guardas Civis, tirou de modo ostensivo a pistola do coldre e a depositou no chão. Dois oficiais milicianos espanhóis fizeram o mesmo, e os três seguiram a passos lentos até à porta onde os Guardas Civis estavam amontoados. Era uma coisa que eu não faria nem por vinte libras esterlinas. Eles seguiam, desarmados, em direção a homens enlouquecidos pelo medo e com armas carregadas nas mãos. Um Guarda Civil, em mangas de camisa e lívido de medo, saiu da porta para conferenciar com Kopp. Não parava de apontar, com gestos agitados, duas bombas que não explodiram e estavam na rua. Kopp regressou e disse que era melhor fazermos com que elas explodissem. Lá onde estavam, constituíam um perigo para qualquer um que por ali passasse. Um Guarda de Assalto disparou o fuzil contra uma delas e a fez explodir, e depois disso visou a outra e errou. Pedi-lhe o fuzil, ajoelhei-me e disparei contra o segundo petardo. Errei também, e lamento dizê-lo. Foi o único tiro que disparei durante aquelas perturbações em Barcelona. A rua estava coalhada de estilhaços de vidro vindos do anúncio por cima do Café Moka, e dois automóveis estacionados na parte de fora, um deles carro oficial de Kopp, foram esburacados por balas, e seus para-brisas arrebentados pelas bombas