«E então ouviu-se a voz de Deus no Jardim do Paraíso, chamando a contas a Sua criatura, o homem: e Miguel, o príncipe das hostes celestiais, brandindo uma espada flamejante, surgiu diante do par culpado e expulsou-os do Paraíso para o mundo, um mundo de doenças e provações, de crueldade e decepções, de trabalho e de dificuldades, para que ganhassem o pão com o suor do seu rosto. Mas, mesmo assim, como Deus foi misericordioso! Apiedou-se dos nossos desgraçados pais e prometeu-lhes que, um dia, enviaria do Céu Aquele que os redimiria, que deles faria de novo filhos de Deus e herdeiros do reino dos céus: e esse Redentor dos pecadores seria o Filho único de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Verbo Eterno.
«E Ele veio. Nasceu de uma virgem pura, a santa virgem Maria. Nasceu num pobre estábulo da Judeia e viveu como um humilde carpinteiro durante trinta anos, até chegar a hora da Sua missão. Então, cheio de amor pelos homens, foi até eles e anunciou-lhes o Novo Testamento.
«E eles ouviram-no? Sim, ouviram-no, mas não o souberam entender. Foi preso e amarrado como um simples criminoso, escarnecido como um louco, posto de lado para ceder o lugar a um ladrão notório, açoitado com cinco mil vergastadas, coroado com uma coroa de espinhos, apupado pelas ruas pela escumalha judaica e pela soldadesca romana, despojado das Suas vestes e pregado num madeiro, e o Seu flanco foi atravessado por uma lança e, do corpo ferido de Nosso Senhor, correram continuamente água e sangue.