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Capítulo 5: V

Página 225
Depois, voltou bruscamente para trás. Stephen voltou também e aguardou alguns momentos até o mau humor do seu companheiro ter tempo para se dissipar.

- Esta hipótese - repetiu Stephen - é a outra saída: que, embora o mesmo objecto possa não parecer belo a todas as pessoas, todas as pessoas que admiram um objecto belo nele encontram certas relações que as satisfazem e coincidem com as próprias fases de toda a apreensão estética. Essas relações com o sensível, visíveis para ti através de uma forma e para mim através de outra, devem, por conseguinte, ser qualidades necessárias da beleza. Agora, podemos voltar ao nosso velho amigo São Tomás para obter mais dez reis de sabedoria.

Lynch riu-se.

- Diverte-me extraordinariamente - disse - ouvir-te citá-lo constantemente, como um fradeco gorducho e jovial. Estarás por acaso a gozar comigo?

- MacAlister - respondeu Stephen - chamaria à minha teoria estética tomismo aplicado. No que se refere à filosofia estética, Aquino serve-me de suporte. Quando chegamos ao fenómeno da concepção artística, da gestação artística e da reprodução artística, necessito de uma nova terminologia e de uma nova experiência pessoal.

- Evidentemente - disse Lynch. - Afinal, Aquino, apesar do seu intelecto, era precisamente um bom frade gorducho. Mas falar-me-ás da tua nova experiência pessoal e nova terminologia num outro dia. Despacha-te e termina a primeira parte.

- Quem sabe? - disse Stephen, sorrindo. - Talvez Aquino me compreendesse melhor do que tu. Ele era um poeta. Escreveu um hino à Quinta-Feira Santa. Principia com as palavras Pange lingua gloriosa(canta, ó língua gloriosa). Diz-se que é a obra máxima dos hinários. É um hino complexo e reconfortante. Gosto dele; mas não existe um hino que se possa comparar àquele cântico processional e majestoso, o Vexilla Regis de Venatius Fortunatus.

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Capa do livro Retrato do Artista Quando Jovem
Páginas: 273
Página atual: 225

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 57
III 103
IV 156
V 186