- Fora com Deus, digo eu!
Dante afastou violentamente a cadeira e saiu da mesa, derrubando a argola do guardanapo que rolou lentamente pelo tapete, até se deter junto ao pé de um cadeirão. Mr. Dedalus ergueu-se rapidamente e seguiu-a até à porta. Junto desta, Dante voltou-se violentamente e gritou para dentro da sala, com as faces avermelhadas e trem entes de raiva:
- Demónio do Inferno! Nós vencemos! Nós esmagámo-lo até à morte! Belzebu!
Saiu, batendo com a porta.
Mr. Casey, libertando-se dos que o seguravam, deixou subitamente cair a cabeça entre as mãos, com um soluço de dor.
- Pobre Parnell! - exclamou em voz alta. - Meu rei morto! Os seus soluços soaram, fortes e amargos.
Stephen, erguendo o rosto apavorado, viu que os olhos do pai estavam rasos de lágrimas.
Os rapazes conversavam, em pequenos grupos. Um deles disse:
- Foram apanhados perto do monte de Lyons.
- Quem é que os apanhou?
- Mr, Gleeson e o reitor. Iam num carro.
O mesmo rapaz acrescentou:
- Foi um dos mais velhos que me disse. Fleming perguntou:
- Mas porque é que eles fugiram, não me dizes?
- Eu sei porquê - disse Cecil Thunder. - Porque tinham roubado dinheiro do quarto do reitor. - Quem é que o roubou?
- O irmão do Kickharn. E dividiram-no entre eles.
- Mas isso é roubar. Como é que eles puderam fazer uma coisa dessas?
- Julgas que sabes muito, Thunder - disse Wells. - Eu é que sei porque é que eles fugiram.
- Então diz-nos porquê.
- Pediram-me que não dissesse - respondeu Wells.
- Oh, deixa-te disso, Wells - disseram todos. - Podes contar-nos.