Orgulho e Preconceito - Cap. 41: Capítulo XLI Pág. 250 / 414

Bennet viu que todo o coração da filha estava comprometido no assunto. E, tomando-lhe afetuosamente a mão, respondeu:

- Não se preocupe, meu bem. Onde quer que você e Jane sejam conhecidas, serão respeitadas e apreciadas. E vocês não serão menos admiradas porque têm duas, ou melhor, três irmãs bastante tolas. Não teremos um instante de sossego em Longbourn se Lydia não for a Brighton. Portanto, deixe-a ir. O Coronel Forster é um homem sensato e tomará precauções para que nada de mal lhe aconteça. E felizmente ela é pobre demais para ser objeto de grandes cobiças. Em Brighton ela terá menos importância, mesmo como namoradeira vulgar, do que aqui. Os oficiais encontrarão moças mais dignas de atenção. Esperemos portanto que a sua estada lá lhe mostre a sua insignificância. E de qualquer forma ela não pode piorar muito de conduta, sem nos autorizar a trancá-la em casa para o resto da vida.

Elizabeth foi obrigada a se contentar com esta resposta. Mas a sua opinião continuou inalterada, e ela deixou o pai desapontada e triste. Não estava na sua natureza, no entanto, remoer os desgostos, tornando-os assim ainda maiores. Bastava-lhe o consolo de ter feito o seu dever. E inquietar-se com males inevitáveis, ou aumentá-los pela ansiedade, eram coisas que não combinavam com o seu feitio.

Se Lydia e a mãe tivessem sabido o assunto da conversa que Elizabeth tivera com Mr. Bennet, toda a sua volubilidade somada não teria sido suficiente para exprimir a indignação que as possuiria. Na imaginação de Lydia, uma visita a Brighton compreendia todas as possibilidades de felicidade terrena. Ela via, com o olhar criador da ficção, as ruas daquela alegre cidade balneária, repletas de oficiais. Imaginava-se o centro de atenção de dezenas e centenas deles.





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