Orgulho e Preconceito - Cap. 53: Capítulo LIII Pág. 354 / 414

Não que eu sinta medo de mim mesma, mas tenho horror às observações das outras pessoas.

Elizabeth não sabia o que pensar. Se ela não o tivesse visto no Derbyshire, podia aceitar o motivo que alegavam para a sua vinda. Mas achava que Bingley ainda gostava de Jane. E hesitava diante de duas outras explicações, que achava muito mais prováveis: se ele vinha porque o amigo o permitira ou se ousara espontaneamente tomar esta resolução.

Mas às vezes Elizabeth pensava: "Não vejo por que este pobre rapaz não possa vir à casa que alugou e é dele, sem despertar tamanha curiosidade. Não pensarei mais nele, vou abandoná-lo à sua sorte".

Apesar do que a irmã lhe tinha declarado, e acreditava que ela tivesse falado sinceramente, Elizabeth percebia facilmente que a perspectiva da chegada de Bingley a tinha afetado profundamente. Jane estava perturbada, agitada como poucas vezes a vira.

O assunto, que fora discutido tão calorosamente pelos seus pais, há um ano atrás aproximadamente, tornava agora a se apresentar.

- Mr. Bingley está para vir, meu caro - disse Mrs. Bennet. - Você, naturalmente, irá visitá-lo...

- Não, não, você me forçou a visitá-lo no ano passado e disse que se eu o fosse ver ele se casaria com uma das minhas filhas. Mas isto deu em nada e não vou tornar a fazer o papel de tolo.

A mulher procurou convencê-lo de que isto era uma obrigação que incumbia a todos os cavalheiros que residiam na região.

- É uma etiqueta que desprezo - disse Mr. Bennet. - Se ele deseja a nossa companhia, que a procure. Sabe onde nós moramos. Não vou perder tempo correndo atrás dos meus vizinhos cada vez que eles vão embora e tornam a voltar.

- Bem, tudo o que eu sei é que será uma abominável grosseria se você não for visitá-lo.





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