- E o cúmplice?
- Ah, bem, não é um grande mistério. Mas em breve saberá tudo. Como é agradável o ar da manhã! Olhe aquela nuvenzinha que flutua no ar: parece a plumagem cor-de-rosa de um flamingo, gigante. O círculo vermelho do Sol começa a aparecer sobre as nuvens de Londres. Ilumina muita gente, mas ninguém, aposto, que esteja numa situação mais estranha que a nossa. Como nos sentimos pequenos, com as nossas ambições e rivalidades insignificantes, perante as poderosas forças da Natureza! Como vai o seu Jean Paul?
- Bastante bem. Regressei a ele através de Carlyle.
- Isso foi como subir um regato até ao lago original. Ele faz uma observação curiosa e profunda. Afirma que a maior prova da verdadeira grandeza do Homem reside na percepção da sua própria pequenez. Defende, como vê, a existência de uma capacidade de comparação e apreciação que é, em si mesma, uma prova de nobreza. Richter fornece-nos muitos motivos de reflexão. Não tem uma pistola, pois não?
- Tenho a minha bengala.