A Harpa do Crente - Cap. 9: A VITÓRIA E A PIEDADE Pág. 101 / 117

Tu, no teu coração insipiente,

Disseste: «Deus não há!»

Ele existe, malvado; e nós vencemos:

Treme; que tempo é já!

IX

Mas esses, cujos ossos espalhados

No campo da peleja

Jazem, exoram a piedade nossa;

Piedoso o livre seja!

Eu pedirei a paz dos inimigos,

Mortos como valentes,

Ao Deus nosso juiz, ao que distingue

Culpados de inocentes.

X

Perdoou, expirando, o Filho do Homem

Aos seus perseguidores;

Perdão, também, às cinzas de infelizes;

Perdão, ó vencedores!

Não insulteis o morto. Ele há comprado

Bem caro o esquecimento,

Vencido adormecendo em morte ignóbil,

Sem dobre ou monumento.

É tempo d’ olvidar ódios profundos

De guerra deplorável.

O forte é generoso, e deixa ao fraco

O ser inexorável.

Oh, perdão para aquele a quem a morte

No seio agasalhou!

Ele é mudo: pedi-lo já não pode;

O dá-lo a nós deixou.





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