Tu, no teu coração insipiente,
Disseste: «Deus não há!»
Ele existe, malvado; e nós vencemos:
Treme; que tempo é já!
IX
Mas esses, cujos ossos espalhados
No campo da peleja
Jazem, exoram a piedade nossa;
Piedoso o livre seja!
Eu pedirei a paz dos inimigos,
Mortos como valentes,
Ao Deus nosso juiz, ao que distingue
Culpados de inocentes.
X
Perdoou, expirando, o Filho do Homem
Aos seus perseguidores;
Perdão, também, às cinzas de infelizes;
Perdão, ó vencedores!
Não insulteis o morto. Ele há comprado
Bem caro o esquecimento,
Vencido adormecendo em morte ignóbil,
Sem dobre ou monumento.
É tempo d’ olvidar ódios profundos
De guerra deplorável.
O forte é generoso, e deixa ao fraco
O ser inexorável.
Oh, perdão para aquele a quem a morte
No seio agasalhou!
Ele é mudo: pedi-lo já não pode;
O dá-lo a nós deixou.