VII
Quem, pois, consolará gementes sombras.
Que ondeiam junto a mim?
Quem seu perdão da Pátria implorar ousa,
Seu perdão de Eloim?
Eu, o cristão, o trovador do exílio,
Contrário em guerra crua,
Mas que não sei verter o fel da afronta
Sobre uma ossada nua.
VIII
Lavradores, zagais, descem dos montes,
Deixando terras, gados,
Para as armas vestir, dos céus em nome,
Por fariseus chamados.
De um Deus de paz hipócritas ministros
Os tristes enganaram:
Foram eles, não nós, que estas caveiras
Aos vermes consagraram.
Maldito sejas tu, monstro do Inferno,
Que do Senhor no templo,
Junto da eterna Cruz, ao crime incitas,
Dás do furor o exemplo!
Sobre as cinzas da Pátria, ímpio, pensaste
Folgar de nosso mal,
E, entre as ruínas de cidade ilustre,
Soltar riso infernal.