A Harpa do Crente - Cap. 10: A CRUZ MUTILADA Pág. 109 / 117

Mas és núncia do Céu, e eles te insultam,

Esquecidos das lágrimas perenes

Por trinta gerações, que guarda a campa,

Vertidas a teus pés nos dias torvos

Do seu viver d’escravidão! Deslembram-se

De que, se a paz doméstica, a pureza

Do leito conjugal bruta violência

Não vai contaminar, se a filha virgem

Do humilde camponês não é ludíbrio

Do opulento, do nobre, ó Cruz, to devem;

Que por ti o cultor de férteis campos

Colhe tranquilo da fadiga o prémio,

Sem que a voz de um senhor, qual dantes, dura

Lhe diga: «É meu, e és meu! A mim deleites,

Liberdade, abundância: a ti, escravo,

O trabalho, a miséria unido à terra,

Que o suor dessa fronte fertiliza,

Enquanto, em dia de furor ou tédio,

Não me apraz com teus restos fecundá-la.»

Quando calada a humanidade





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