Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 10: A CRUZ MUTILADA

Página 110
ouvia

Este atroz blasfemar, tu te elevaste

Lá do Oriente, ó Cruz, envolta em glória,

E bradaste, tremenda, ao forte, ao rico:

«Mentira!», e o servo alevantou os olhos,

Onde a esperança cintilava, a medo,

E viu as faces do senhor retintas

Em palidez mortal, e errar-lhe a vista

Trépida, vaga. A cruz no céu do Oriente

Da liberdade anunciara a vinda.

Cansado, o ancião guerreiro, que a existência

Desgastou no volver de cem combates,

Ao ver que, enfim, o seu país querido

Já não ousam calcar os pés d’estranhos,

Vem assentar-se à luz meiga da tarde,

Na tarde do viver, junto do teixo

Da montanha natal. Na fronte calva,

Que o sol tostou e que enrugaram anos,

Há um como fulgor sereno e santo.

Da aldeia semideus, devem-lhe todos

O tecto, a liberdade, e a honra e vida.

<< Página Anterior

pág. 110 (Capítulo 10)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 110

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106