A Harpa do Crente - Cap. 10: A CRUZ MUTILADA Pág. 117 / 117

Debalde o servo ingrato

No pó te derribou

E os restos te insultou,

Ó veneranda cruz:

Embora eu te não veja

Neste ermo pedestal;

És santa, és imortal;

Tu és a minha luz!

Nas almas generosas

Gravou-te a mão de Deus,

E, à noite, fez nos céus

Teu vulto cintilar.

Os raios das estrelas

Cruzam o seu fulgor;

Nas horas do furor

As vagas cruza o mar.

Os ramos enlaçados

Do roble, choupo e til

Cruzando em modos mil,

Se vão entretecer.

Ferido, abre o guerreiro

Os braços, solta um ai,

Pára, vacila, e cai

Para não mais se erguer.

Cruzado aperta ao seio

A mãe o filho seu,

Que busca, mal nasceu,

Fontes da vida e amor.

Surges, símbolo eterno,

No Céu, na Terra e mar,

Do forte no expirar,

E do viver no alvor!





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