A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 28 / 117

XXVI

Cessou da noite a grão solenidade

Consagrada à tristeza e a memorandas

Recordações: os monges se prostraram,

A face unida à pedra. A mim, a todos,

Correm dos olhos lágrimas suaves

De compunção. Ateu, entra no templo;

Não temas esse Deus, que os lábios negam

E o coração confessa. A corda do arco

Da vingança, em que a morte se debruça,

Frouxa está; Deus é bom: entra no templo.

Tu, para quem a morte ou vida é forma,

Forma somente de mais puro barro,

Que nada crês, e em nada esperas, olha,

Olha o conforto do cristão. Se o cálix

Da amargura a provar os Céus lhe deram,

Ele se consolou: bálsamo santo

Piedosa fé no coração lhe verte.

«Deus compaixão terá!» Eis seu gemido:

Porque a esperança lhe sussurra em torno:

«Aqui, ou lá... a Providência é justa.





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