A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 29 / 117

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Ateu, a quem o mal fizera escravo,

Teu futuro qual é? Quais são teus sonhos?

No dia da aflição emudeceste

Ante o espectro do mal. E a quem alçaras

O gemente clamor? Ao mar, que as ondas

Não altera por ti? Ao ar, que some

Pela sua amplidão as queixas tuas?

Aos rochedos alpestres, que não sentem,

Nem sentir podem teu gemido inútil?

Tua dor, teu prazer, existem, passam,

Sem porvir, sem passado e sem sentido.

Nas angústias da vida, o teu consolo

O suicídio é só, que te promete

Rica messe de gozo, a paz do nada!

E ai de ti, se buscaste, enfim, repouso,

No limiar da morte indo assentar-te!

Ali grita uma voz no último instante

Do passamento: a voz aterradora

Da consciência é ela. E hás-de escutá-la

Mau grado teu: e tremerás em sustos,

Desesperado aos





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