Céus erguendo os olhos
Irados, de través, amortecidos;
Aos Céus, cujo caminho a Eternidade
Coa vagarosa mão te vai cerrando,
Para guiar-te à solidão das dores,
Onde maldigas teu primeiro alento,
Onde maldigas teu extremo arranco,
Onde maldigas a existência e a morte.
XXVII
Calou tudo no templo: o céu é puro,
A tempestade ameaçadora dorme.
No espaço imenso os astros cintilantes
O rei da criação louvam com hinos,
Não ouvidos por nós nas profundezas
Do nosso abismo. E aos cantos do universo,
Ante milhões de estrelas, que recamam
O firmamento, ajuntará seu canto
Mesquinho trovador? Que vale uma haspa
Mortal no meio da harmonia etérea,
No concerto da noite? Oh, no silêncio,
Eu pequenino verme irei sentar-me
Aos pés da Cruz nas trevas do meu nada.