A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 30 / 117

Céus erguendo os olhos

Irados, de través, amortecidos;

Aos Céus, cujo caminho a Eternidade

Coa vagarosa mão te vai cerrando,

Para guiar-te à solidão das dores,

Onde maldigas teu primeiro alento,

Onde maldigas teu extremo arranco,

Onde maldigas a existência e a morte.

XXVII

Calou tudo no templo: o céu é puro,

A tempestade ameaçadora dorme.

No espaço imenso os astros cintilantes

O rei da criação louvam com hinos,

Não ouvidos por nós nas profundezas

Do nosso abismo. E aos cantos do universo,

Ante milhões de estrelas, que recamam

O firmamento, ajuntará seu canto

Mesquinho trovador? Que vale uma haspa

Mortal no meio da harmonia etérea,

No concerto da noite? Oh, no silêncio,

Eu pequenino verme irei sentar-me

Aos pés da Cruz nas trevas do meu nada.





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