A Harpa do Crente - Cap. 3: A ARRÁBIDA Pág. 41 / 117

estava: o mar somente

As harmonias da criação soltava

Em seu rugido; e o ulmeiro do deserto

Se agitava, gemendo e murmurando,

Ante o sopro de oeste: ali dos olhos

O pranto me correu, sem que o sentisse,

E aos pés de Deus se derramou minha alma.

IX

Oh, que viesse o que não crê, comigo

À vicejante Arrábida de noite,

E se assentasse aqui sobre estas fragas,

Escutando o sussurro incerto e triste

Das movediças ramas, que povoa

De saudade e de amor nocturna brisa;

Que visse a Lua, o espaço opresso de astros,

E ouvisse o mar soando: ele chorara,

Qual eu chorei, as lágrimas do gozo,

E, adorando o Senhor, detestaria

De uma ciência vã seu vão orgulho.

X

É aqui neste vale, ao qual não chega

Humana voz e o tumultuar das turbas,

Onde o nada





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