A Harpa do Crente - Cap. 3: A ARRÁBIDA Pág. 49 / 117

Vê-lo, rico de opróbrio, ir assentar-se

Em joelhos nos átrios dos tiranos,

Onde, entre o lampejar de armas de servos,

O servo popular adora um tigre?

Esse tigre é o ídolo do povo!

Saudai-o; que ele o manda: abençoai-lhe

Ó férreo ceptro: ide folgar em roda

De cadafalsos, povoados sempre

De vítimas ilustres, cujo arranco

Seja como harmonia, que adormente

Em seus terrores o senhor das turbas.

Passai depois. Se a mão da Providência

Esmigalhou a fronte à tirania;

Se o déspota caiu, e está deitado

No lodaçal da sua infâmia, a turba

Lá vai buscar o ceptro dos terrores,

E diz: «É meu»; e assenta-se na praça,

E envolta em roto manto, e julga, e reina.

Se um ímpio, então, na afogueada boca

De vulcão popular sacode um facho,

Eis o incêndio que muge, e a lava





Os capítulos deste livro