A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 6 / 117

Homem, do que és capaz! Tu, cujo alento

Se esvai, como da cerva a leve pista

No pó se apaga ao respirar da tarde,

Do seio dessa terra em que és estranho,

Sair fazes as moles seculares,

Que por ti, morto, falem; dás na ideia

Eterna duração às obras tuas.

Tua alma é imortal, e a prova a deste!

VII

Anoiteceu. Nos claustros ressoando

As pisadas dos monges ouço: eis entram;

Eis se curvaram para o chão, beijando

O pavimento, a pedra. Oh, sim, beijai-a!

Igual vos cobrirá a cinza um dia,

Talvez em breve — e a mim. Consolo ao morto

É a pedra do túmulo. Sê-lo-ia

Mais, se do justo só a herança fora;

Mas também ao malvado é dada a campa.

E o criminoso dormirá quieto

Entre os bons soterrado? Oh, não! Enquanto

No templo ondeiam silenciosas turbas,

Exultarão





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