Imagem da existência! Enquanto passam
Os dias infantis, as paixões tuas,
Homem, qual então és, são débeis todas.
Cresceste: ei-las torrente, em cujo dorso
Sobrenadam a dor e o pranto e o longo
Gemido do remorso, a qual lançar-se
Vai com rouco estridor no antro da morte,
Lá, onde é tudo horror, silêncio, noite.
Da vida tua instantes florescentes
Foram dois, e não mais: as cãs e rugas,
Logo, rebate de teu fim te deram.
Tu foste apenas som, que, o ar ferindo,
Murmurou, esqueceu, passou no espaço.
E a casa do Senhor ergueu-se. O ferro
Cortou a penedia; e o canto enorme
Polido alveja ali no espesso pano
Do muro colossal, que era após era,
Como onda e onda ao desdobrar na areia,
Viu vir chegando e adormecer-lhe ao lado.
O ulmo e o choupo no cair rangeram
Sob o machado: a trave afeiçoou-se;
Lá no cimo pousou: restruge ao longe
De martelos fragor, e eis ergue o templo,
Por entre as nuvens, bronzeadas grimpas.