A Harpa do Crente - Cap. 4: MOCIDADE E MORTE Pág. 67 / 117

Resigna-te e espera, e os dias de prova

Serão para o crente quais breves instantes.

Tomar-te-ei nos braços no trance da morte,

Fendendo o infinito coas asas radiantes.

Depois, das alturas teu térreo vestido

Sorrindo veremos na Terra guardar

E ao hino de Hossana nos coros celestes

A voz de um remido iremos juntar.

A GRAÇA

Que harmonia suave

É esta, que na mente

Eu sinto murmurar,

Ora profunda e grave,

Ora meiga e cadente,

Ora que faz chorar?

Porque da morte a sombra,

Que para mim em tudo

Negra se reproduz,

Se aclara, e desassombra

Seu gesto carrancudo,

Banhada em branda luz?

Porque no coração

Não sinto pesar tanto

O férreo pé da dor,

E o hino da oração,

Em vez de irado canto,

Me pede íntimo ardor?

És tu, meu anjo, cuja voz





Os capítulos deste livro