A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 8 / 117

Então exultarão os bons, e o ímpio,

Que passou, tremerá. Enfim, de vivos,

Da voz, do respirar o som confuso

Vem confundir-se no ferver das praças,

E pela galilé só ruge o vento.

Em trevas não ficou silenciosas

O sagrado recinto: os candeeiros,

No gelado ambiente ardendo a custo,

Espalham débeis raios, que reflectem

Das pedras pela alvura; o negro mocho,

Companheiro do morto, hórrido pio

Solta lá da cornija: pelas fendas

Dos sepulcros desliza fumo espesso;

Ondeia pela nave, e esvai-se. Longo

Suspirar não se ouviu? Olhai!, lá se erguem,

Sacudindo o sudário, em peso os mortos!

Mortos, quem vos chamou? O som da tuba

Ainda do Josafat não fere os vales.

Dormi, dormi: deixai passar as eras...

IX

Mas foi uma visão: foi como cena

D’imaginar febril.





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