A Harpa do Crente - Cap. 7: O SOLDADO Pág. 87 / 117

Maldito era o triunfo,

Que rodeava o horror,

Que me tingia tudo

De sanguinosa cor!

Então olhei saudoso

Para o sonoro mar;

Da nau do vagabundo

Meigo me riu o arfar.

De desespero um brado

Soltou, ímpio, o poeta,

Perdão! Chegara o mísero

Da desventura à meta.

VI

Terra infame! — de servos aprisco,

Mais chamar-me teu filho não sei;

Desterrado, mendigo serei;

De outra terra meus ossos serão!

Mas a escravo, que pugna por ferros,

Que herdará desonrada memória,

Renegando da terra sem glória,

Nunca mais darei nome de irmão!

Onde é livre tem pátria o poeta,

Que ao exílio condena ímpia sorte.

Sobre os plainos gelados do norte

Luz do Sol também desce do céu;

Também lá se erguem montes, e o prado

De boninas, em Maio, se veste;

Também lá se meneia o cipreste

Sobre o corpo que à terra desceu.





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