Que me importa o loureiro da encosta?
Que me importa da fonte o ruído?
Que me importa o saudoso gemido
Da rolinha sedenta de amor?
Que me importam outeiros cobertos
Da verdura da vinha, no Estio?
Que me importa o remanso do rio,
E, na calma, da selva o frescor?
Que me importa o perfume dos campos,
Quando passa da tarde a bafagem,
Que se embebe, na sua passagem,
Na fragrância da rosa e aleli?
Que me importa? Pergunta insensata!
É meu berço: a minha alma está lá...
Que me importa... Esta boca o dirá?!
Minha pátria, estou louco... menti!
Eia, servos! O ferro se cruze,
Assobie o pelouro nos ares;
Estes campos convertam-se em mares,
Onde o sangue se possa beber!
Larga a vala!, que, após a peleja,
Todos nós dormiremos unidos!
Lá, vingados, e do ódio esquecidos,
Paz faremos.