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Capítulo 3: II

Página 3
II

Este ofício era-lhe mais generoso que o de alfaiate. Tinha muitas horas livres para sua melancolia, e muitos esconderijos no amplo palácio de seu amo para refugiar-se duma sociedade que ele detestava sem saber por quê.

Este viver excepcional naquela galhofeira, estúrdia, e estragada, excitou a curiosidade dos seus companheiros, e, depois, a dos amos. Aqueles chasqueavam-no com desabrimento: estes admiravam-no por compaixão.

Bernardo chorava sem motivo. Sorria-se com violência. Era humilde com um não sei quê de estranha delicadeza. Destacava-se da sua classe com um ar orgulhoso, mas não calculado. Cumpria as suas muitas obrigações, e ninguém sabia quando as cumpria. Estas qualidades, raríssimas vezes encontradas num lacaio, tornavam-no assunto de estudo para os amos, que principiavam a interessar-se na análise daquele obscuro enjeitado.

Guardadas as inauferíveis distâncias que separam o senhor do servo, os fidalgos souberam que Bernardo desejava muito saber ler, e gastava a maior parte da noite soletrando o abecedário, decorando as lições que o mordomo da casa lhe dava nas horas de desenfado.

Qualquer que fosse o impulso que a isso o levou, é certo que o amo, por um nobre impulso, permitiu que o rapaz fosse a uma escola, e para isso aliviou-o dos encargos de rapaz de tábua, e elevou-o à hierarquia de escudeiro do menino mais velho.

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Capa do livro Uma Praga Rogada nas Escadas da Forca
Páginas: 29
Página atual: 3

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Prefácio 1
I 2
II 3
III 4
IV 6
V 8
VI 9
VII 11
VIII 12
IX 14
X 17
XI 18
XII 20
XIII 22
XIV 23
XV 26
Conclusão 27