A Década Perdida - Cap. 3: O MENINO RICO Pág. 143 / 182

Os homens da sua própria universidade - e fora com eles que gastara mais tempo e afeição - eram os mais esquisitos. A maioria deles tinha mergulhado fundo na vida doméstica, dois tinham morrido, um vivia no estrangeiro, outro estava em Hollywood escrevendo guiões para filmes que Anson ia fielmente ver.

Porém, a maioria deles viajava continuamente, tendo uma vida de família complicada, centrada num qualquer clube suburbano, e era em relação a estes que ele sentia mais agudamente o seu próprio afastamento.

Nos primeiros dias da sua vida de casados todos tinham precisado dele; aconselhava-os quanto às magras finanças, exorcizava as suas dívidas em relação à oportunidade de trazerem um bebé para duas assoalhadas e uma casa de banho e, principalmente, simbolizava o grande mundo exterior. Mas agora as preocupações financeiras eram coisa do passado e o filho desejado a medo tinha-se transformado numa família absorvente. Tinham sempre prazer em ver o velho Anson, mas vestiam-se especialmente para o receber, tentavam impressioná-lo com a sua importância actual e guardavam para si os seus problemas. Já não precisavam dele.

Umas semanas antes de completar trinta anos, o último dos seus amigos mais antigos e íntimos casou-se. Anson desempenhou o seu papel habitual de padrinho, ofereceu o habitual serviço de chá de prata e foi ao habitual Homeric para a despedida.

Era uma tarde quente de uma sexta-feira de Maio, e quando se afastava do cais apercebeu-se de que já começara o encerramento de lojas de sábado e que estava livre até segunda-feira de manhã.

«Ir para onde?» perguntou a si próprio.

Para o Yale Club, está claro; jogar bridge até ao jantar, depois quatro ou cinco aperitivos nos aposentos de alguém e uma noite agradável e confusa.





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