Por isto, recusando a tarefa de julgar em todas as questões principais e assumindo para si a "objetividade" como máscara. Por outro lado, ele se comporta de uma forma completamente diversa diante das coisas, sempre que um paladar refinado e depurado se mostra como a instância suprema: quando isso acontece, ele tem a coragem diante de si e o prazer de estar junto a si mesmo - quando isso acontece, ele se torna Mestre. - Segundo certos aspectos, ele é um precursor de Baudelaire.
4.
A Imitação de Cristo é um dos livros que não consigo segurar entre as mãos sem uma repugnância fisiológica: ele exala um perfume do eterno-feminino, segundo o qual é preciso que se seja imediatamente francês - ou wagneriano... Este santo possui um modo de falar do amor, que deixa curiosos até mesmo os parisienses. - Dizem-me que o mais inteligente dos jesuítas, Auguste Comte, o homem que quis levar seus franceses através de rodeios da ciência até Roma, inspirou-se neste livro. Eu acredito: "a religião do coração"...
5.
G. Eliot. - Eles se desembaraçaram do Deus cristão e agora acreditam tanto mais na necessidade de sustentar a moral cristã. Esta é uma sequência lógica inglesa, não queremos repreender as senhorinhas morais à moda de Eliot. Na Inglaterra, à toda pequena emancipação frente à teologia, é preciso restabelecer para si as honras de um modo apavorante, enquanto um fanático moral. Lá, esta é a penitência que se paga. - Para nós outros, a coisa se apresenta de uma maneira diferente. Ao se abdicar da crença cristã, expele-se a pontapés o direito à moral cristã. Esta não se compreende pura e simplesmente a partir dela mesma: é preciso sempre novamente que se traga este ponto à luz, apesar da estultícia inglesa. O cristianismo é um sistema, uma visão total das coisas pensada em conjunto.