Juntamente a isso havia certa parte da atmosfera ruim de guerra. A cidade apresentava aspeto sombrio e desarrumado, as ruas e edifícios encontravam-se em mau estado de conservação, à noite as ruas tinham pouca iluminação devido ao receio às incursões aéreas do inimigo, enquanto lojas e casas comerciais, em sua maior parte, permaneciam meio vazias e mal cuidadas. Faltava carne e o leite era praticamente impossível de conseguir, e a escassez estendia-se também ao carvão, açúcar e petróleo, sendo muito difícil achar pão. As filas de pão estendiam-se por centenas de metros, muitas vezes. Mas até onde se podia perceber o povo estava contente e esperançoso. Não existia desemprego, e o custo de vida mostrava-se ainda extremamente baixo, vendo-se poucas pessoas claramente destituídas, e mendigo nenhum, com exceção dos ciganos. Acima de tudo, prevalecia uma crença na revolução e no futuro, o sentimento de ter-se de repente entrado numa era de igualdade e liberdade. Os seres humanos procuravam comportar-se como tais, e não como engrenagens na máquina capitalista. Nas barbearias encontravam-se proclamações anarquistas (em sua maioria os barbeiros eram anarquistas), explicando de modo solene que aqueles profissionais não mais eram escravos.