Alice no País das Maravilhas - Cap. 1: 1 - Na Toca do Coelho Pág. 6 / 91

No entanto, naquela garrafa não estava marcado “veneno”, e assim Alice aventurou-se a dar um gole; como achou muito gostoso (tinha, de fato, um sabor misto de torta de cereja, pudim de leite, abacaxi, peru assado, caramelo puxa-puxa e torradas quentes com manteiga), em pouco tempo já tinha bebido tudo.

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“Que sensação estranha!” exclamou Alice, “devo estar encolhendo como uma luneta!”

E de fato estava: tinha agora não mais que trinta centímetros de altura. Seu rosto iluminou-se ao pensar que atingira o tamanho certo para passar pela pequena porta que dava naquele belo jardim. Porém, antes de mais nada, ela esperou alguns minutos para ver se diminuiria ainda mais: ficou um pouco nervosa com isso, “porque precisa ter um fim, não é?” disse Alice a si mesma, “senão acabarei como uma vela. O que seria eu então?” E tentou imaginar como pareceria a chama de uma vela depois que a vela acabasse, mas não se lembrava de ter 5 Croquet: jogo em que bolas de madeira, impelidas por um taco em forma de marreta, devem passar sob pequenos arcos, seguindo um trajeto predeterminado. visto alguma vez na vida coisa semelhante. Depois de esperar um pouco, vendo que nada mais acontecia, decidiu ir de uma vez por todas ao jardim. Mas — que azar da pobre Alice! — quando chegou à porta, lembrou que tinha esquecido a chavezinha dourada, e ao voltar à mesa para apanhá-la, constatou que seria impossível alcançá-la: podia vê-la muito bem através do vidro e tentou de tudo para escalar uma das pernas da mesa, mas era muito escorregadia. Quando se cansou de tentar, a pobrezinha sentou-se e chorou.

“Vamos, de que serve chorar assim?” disse Alice a si mesma, asperamente. “Aconselho você a parar com isso agora mesmo!”





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