A República - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 9 / 290

— Então, a justiça é útil mesmo em tempo de paz?

— É útil.

— E a agricultura também, não é verdade?

— É.

— Para obtermos os frutos da terra?

— Sim.

— E também a arte do sapateiro?

— Também.

— Para obtermos sapatos, dirás tu, creio.

— Sem dúvida.

— Mas como? Para que uso ou posse de que objecto dirás que a justiça é útil em tempo de paz?

— Para os ajustes comerciais, Sócrates.

— Por ajustes comerciais entendes as associações ou outra coisa?

— As associações, certamente.

— Então, o justo será um bom e útil associado para dispor os peões no tabuleiro ou aquele que conhece o jogo?

— Aquele que conhece o jogo.

— E para assentar tijolos e pedras, o justo é um associado mais útil e melhor que o pedreiro?

— De maneira nenhuma.

— Mas em que associação o justo é melhor associado que o pedreiro e o citarista, como o citarista o é em relação ao justo na arte dos sons?

— Nos negócios de dinheiro, creio eu.





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