Eneida - Cap. 7: Os Troianos Desembarcam na Itália Pág. 126 / 235

A estas palavras de Fauno, seu pai, o rei voltou à cidade e logo a Fama espalhava a noticia por todo o reino, mesmo antes que as birremes troianas tocassem as margens relvosas do Tibre amarelo.

Eneias, seu filho Iulo e os principais chefes descansavam à sombra de frondosa árvore, enquanto era preparada uma refeição com bolos e maças silvestres. A massa de trigo foi estendida na relva, à guisa de mesa, colocando-se os outros alimentos por cima. Depois de terem comido estes últimos, a fome era tão grande ainda que atacaram às dentadas o bolo que servia de mesa.

Exclamou então fulo:

— Ai! Comemos até a mesa.

Eneias perturbou-se imediatamente com as palavras preferidas pelo filho, lembrando-se da terrível profecia da horrenda rainha das Harpias. Susteve a fala do jovem e disse:

— Salve, terra que os destinos dizem pertencer-me e a vós, fiéis penares de Tróia. Salve! Aqui estão a nossa morada e a nossa pátria. Tinha-nos sido profetizado que, quando levados a praias desconhecidas, serramos obrigados a devorar as próprias mesas tal seria a fome voraz que nos assaltaria. Disse-me o meu bom pai Anquises que então estariam terminadas as nossas andanças e que deveríamos construir nesse local as nossas primeiras habitações. Eis-nos, pois, chegados ao termo do nosso exílio. Alegremo-nos e aos primeiros raios do Sol exploremos estes lugares, busquemos saber que homens neles vivem e onde estão as muralhas desta nação Vamos dividir-nos em vários grupos e guiemos os nossos passos em diversas direcções. Mas agora fazei libações a Júpiter e invocai com preces o meu pai Anquises, tornando a pôr o vinho nas mesas.





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