Os tírios cultivaram a Bética, que os naturais da região deixavam ao Deus dará, achando que não deviam meter-se em coisa alguma e que era aos gauleses seus vizinhos que competia cultivar a sua terra. Os tírios tinham levado consigo uns palestinos, que desde aquele tempo corriam todas as terras, onde quer que houvesse algum dinheiro a ganhar. Esses palestinos, emprestando a 50%, tinham acumulado em suas mãos quase todas as riquezas do país. Isso fez crer aos povos da Bética que os palestinos eram feiticeiros; e todos os palestinos acusados de magia eram queimados sem misericórdia por uma companhia de druidas a quem chamavam os inquiridores ou antropokaias. Esses sacerdotes lhes vestiam primeiro um hábito de carnaval, apoderavam-se de seus bens, e recitavam devotamente as próprias orações dos palestinos, enquanto os queimavam a fogo lento por amor de Dios.
A princesa de Babilônia desembarcara na cidade a que chamaram depois Sevilha. Sua intenção era seguir pelo Bétis para voltar por Tiro à Babilônia, ver o rei Belus seu pai, e esquecer, se pudesse, o seu infiel amado, ou então pedi-lo em casamento. Mandou chamar dois palestinos que faziam os negócios da Corte. Deviam fornecer-lhe três navios. A fênix fez com eles todos os arranjos necessários e combinou o preço, depois de regatear um pouco.
A hospedeira era muito devota, e o seu marido, não menos devoto, era familiar, Isto é, espião dos druidas inquiridores antropokaias; não deixou de os avisar que havia em sua casa. uma feiticeira e dois palestinos que negociavam um pacto com o diabo, disfarçado em grande pássaro dourado. Os inquiridores, sabendo que a dama tinha uma prodigiosa quantidade de diamantes, logo a declararam feiticeira; esperaram a noite para prender os duzentos cavaleiros e os unicórnios que dormiam em vastas estrebarias: pois os inquiridores são poltrões.