No plaino pardacento, junto ao marco
Tombado, ou rota sebe,
Aqui e ali, de ossadas insepultas
O alvejar se percebe.
É que essa veiga, tão festiva outrora,
Da paz tranquilo império,
Onde ao carvalho a vide se enlaçava,
É hoje um cemitério!
VI
Eis de esforçados mil inglórios restos,
Depois de brava lida:
De longo combater atroz memento
Em guerra fratricida.
Nenhum padrão recordará aos homens
Seus feitos derradeiros:
Nem dirá: «Aqui dormem portugueses;
Aqui dormem guerreiros.»
Nenhum padrão, que peça aos que passarem
Reza fervente e pia,
E junto ao qual entes queridos vertam
O pranto da agonia!
Nem hasteada cruz, consolo ao morto;
Nem lájea que os proteja
Do ardente sol, da noite húmida e fria,
Que passa e que roreja!
Não! Lá hão-de jazer no esquecimento
De desonrada morte,
Enquanto, pelo tempo em pó desfeitos,
Não os dispersa o norte.