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Capítulo 12: XII - A mensagem

Página 111

Falavam em voz alta, e pareciam seguir um caminho contrário ao seu, aproximando- se do vau, enquanto o cavaleiro se afastava dele. Talvez o perseguiam. Este pensamento, que lhe ocorreu, o fez parar subitamente. Apesar de conhecer que mal poderia resistir àquele tropel de homens de armas, não receava um combate nocturno; mas era-lhe necessário evitar toda a demora em volta ao arraial do infante, a fim de poder cumprir o que prometera a Dulce. Assim, descavalgando do ginete e levando-o de rédea manso e manso, aproximou-se da ribeira junto da qual o arvoredo e mato eram mais frondosos e bastos, afastando-se da senda por onde forçosamente os almogaures haviam de passar no caso de transporem o vau.

No momento em que o trovador guerreiro chegou a uma balça, na qual era quase impossível ser descoberto, à luz cintilante das estrelas as armas dos que vinham ladeando o rio reluziram na margem fronteira. Pareciam altercar entre si e, como a corrente era estreita, Egas, que se conservava calado e quedo, pôde facilmente escutá-los.

Aquele tropel de homens de armas era uma quadrilha, ou piquete, como hoje diríamos, que Garcia Bermudes enviara para rodear exteriormente as barreiras e obstar à fuga dos que pudessem esquivar-se à vigilância dos atalaias e roldas. A disputa que o trovador ouvira tinha-se alevantado entre o coudel dos besteiros de cavalo e um cavaleiro seguido de dez lanças, o qual acaudelava toda a quadrilha.

– A la fé, dom coudel – bradava o cavaleiro –, que não deveis passar o vau. Já vo-lo disse: a ordem do alferes-mor é que rodeemos o burgo e o castelo a dois tiros de besta das barreiras. Segui-me, ende, se vos praz.

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pág. 111 (Capítulo 12)

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Capa do livro O Bobo
Páginas: 191
Página atual: 111

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Introdução 1
II - Dom Bibas 8
III - O Sarau 18
IV - Receios e esperanças 27
V - A madrugada 38
VI - Como de um homenzinho se faz um homenzarão 45
VII - O homem do zorame 59
VIII - Reconciliação 66
IX - O desafio 80
X - Generosidade 90
XI - O subterrãneo 97
XII - A mensagem 110
XIII - A boa corda de cânave de quatro ramais 123
XIV - Amor e vingança 141
XV - Conclusão 157
Apêndice 173