Provavelmente o leitor deseja saber o que foi feito de Dom Bibas, e das mais personagens desta importantíssima e mui verdadeira história. Dir-lho-emos em breves palavras.
A rainha e Fernando Peres, do Castelo de Lanhoso, aonde se haviam acolhido, se deram a partido ao infante, que aí os tinha cercado. D. Teresa apenas sobreviveu dois anos, e o conde regressou a Galiza ao solar de Trava, que herdara de seu pai.
Dom Bibas reconquistou a paz de espírito com o gosto da vingança; e ainda por muitos anos alegrou os saraus de seu senhor D. Afonso. Morreu velho, deixando o importante cargo que exercitava aos dois célebres truões de D. Sancho I, Bonamis e Acompaniado.
Gonçalo Mendes tornou-se cada vez mais famoso por inauditas façanhas contra a mourisma, até que expirou às mãos dos Sarracenos no recontro de Beja, como já de outra vez vos havemos contado.
O reverendo Martim Eicha voltou para a Sé de Lamego, porque ninguém fez mais caso dele na corte, nem para bem, nem para mal. Lá comeu, bebeu, dormiu, rezou – umas vezes pelo Alcorão, outras pelo breviário.
O bom de Fr. Hilarião foi apagando como pôde, nos lautos banquetes de Afonso Henriques, as saudades de Egas; mas as diligências que fazia para esquecer a sua mágoa custaram-lhe a vida. Morreu de uma indigestão de dobrada, como alguns anos antes morrera o gordo bispo de Santiago, o venerável Hermegildo.
Deus se lembre de suas almas.