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Capítulo 21: Capítulo 21

Página 138

Mariana entrou no quarto.

– Esta mulher tem sido a minha providência – disse Simão. – Porque ela me valeu, não senti a fome em dois anos e nove meses de cárcere. Tudo que tinha vendeu para me sustentar e vestir. Aqui vai comigo esta criatura. Seja respeitável aos seus olhos, senhor, porque ela é tão pura como a verdade o deve ser nos lábios dum moribundo. Se eu morrer, senhor comandante, aceite o legado de a amparar com a sua caridade como se ela fosse minha irmã. Se ela quiser voltar à sua pátria, seja o seu protector na passagem. – E, estendendo-lhe a mão, disse com transporte: – Promete-me isto, senhor?

– Juro-lho.

O comandante, obrigado a subir ao tombadilho, deixou Simão com Mariana.

– Estou tranquilo pelo seu futuro, minha amiga.

– Eu já o estava, senhor Simão – respondeu ela.

Não se trocaram palavras por largo espaço. Simão apoiou a face sobre a mesa, e apertou com as mãos as fontes arquejantes. Mariana, de pé, ao lado dele, fitava os olhos na luz mortiça da lâmpada oscilante, e cismava, como ele, na morte.

E o nordeste sibilava, como um gemido, nas gáveas da nau.

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Capa do livro Amor de Perdição
Páginas: 145
Página atual: 138

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 10
Capítulo 4 16
Capítulo 5 23
Capítulo 6 29
Capítulo 7 36
Capítulo 8 45
Capítulo 9 55
Capítulo 10 64
Capítulo 11 70
Capítulo 12 81
Capítulo 13 87
Capítulo 14 94
Capítulo 15 101
Capítulo 16 107
Capítulo 17 113
Capítulo 18 119
Capítulo 19 123
Capítulo 20 128
Capítulo 21 133
Capítulo 22 139