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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 38

Quis o académico protestar contra um plano que o humilhava como protegido pela defesa dos dois homens; o ferrador, porém, não admitiu a réplica.

– Faça o que eu lhe digo, fidalgo – disse ele com energia.

João da Cruz e o cunhado, espiando todas as esquinas, chegaram defronte do quintal de Teresa, e viram um vulto a sumir-se no ângulo da parede.

– Vamos sobre eles – disse o ferrador – que lá passaram para o adro da igreja; nestes entrementes, o doutor chega à porta do quintal e entra; depois voltaremos para lhe guardar a saída.

Neste propósito, moveram-se apressados, e Simão Botelho caminhou com as pistolas aperradas na direcção da porta.

Em frente do muro do jardim de Teresa havia uma cascalheira escarpada, que se esplainava depois numa alameda sombria.

Os dois criados de Baltasar, quando o tropel do cavalo parou, recordaram as ordens do amo, no caso de vir a pé Simão. Buscaram sítio azado para o espreitarem na saída, e entraram na alameda quando o académico chegava à porta do quintal.

– Agora está seguro – disse um.

– Se lá não ficar dentro… – respondeu o outro, vendo-o entrar, e fechar-se a porta.

– Mas além vêm dois homens… – disse o mais assustado, olhando para a outra entrada da alameda.

– E vêm direitos a nós… Aperra lá a clavina…

– O melhor é retirarmos. Nós estamos à espera do outro, e não destes. Vamos embora daqui…

Este não esperou convencer o companheiro: desceu a ribanceira do cascalho. O mais intrépido teve também a prudência de todos os assassinos assalariados: seguiu o assustadiço, e deu-lhe razão, quando ouviu após de si os passos velozes dos perseguidores. Saiu--lhes o amo de frente, quando dobravam a esquina do quintal, e disse-lhes:

– Vocês a que fogem, seu poltrões? Os homens pararam de envergonhados, aperrando os bacamartes.

João da Cruz e o arrieiro apareceram, e Baltasar caminhou para eles, bradando:

– Alto aí!

O ferrador disse ao cunhado:

– Fala-lhe tu, que eu não quero que ele me conheça.

– Quem manda fazer alto? – disse o arrieiro.

– São três clavinas – respondeu Baltasar.

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Capa do livro Amor de Perdição
Páginas: 145
Página atual: 38

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 10
Capítulo 4 16
Capítulo 5 23
Capítulo 6 29
Capítulo 7 36
Capítulo 8 45
Capítulo 9 55
Capítulo 10 64
Capítulo 11 70
Capítulo 12 81
Capítulo 13 87
Capítulo 14 94
Capítulo 15 101
Capítulo 16 107
Capítulo 17 113
Capítulo 18 119
Capítulo 19 123
Capítulo 20 128
Capítulo 21 133
Capítulo 22 139