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Capítulo 4: CAPÍTULO IV

Página 91
.. Que longe do seu pensamento lançar desdouro nessa parte da população... As suas idéias liberais eram bem conhecidas. - Apelo para a senhora D. Luísa! - disse. - Mas enfim, sempre era mais agradável encontrar uma roda escolhida! Em quanto a si nunca ia ao Passeio. Talvez não acreditassem, mas nem mesmo quando havia fogo de vistas! Nesses dias, sim, ia ver por fora das grades. Não por economia! Decerto não. Não era rico, mas podia fazer face a essa contribuição diminuta. Mas é que receava os acidentes! É que os receava muito! Contou a história de um sujeito, cujo nome lhe escapava, a quem uma cana de foguete furara o crânio. - E além disso nada mais fácil que cair uma fagulha acesa na cara, num paletó novo... - É conveniente ter prudência - resumiu, compenetrado, limpando os beiços com o lenço de seda da Índia muito enrolado.

Falaram então da estação; muita gente fora para Sintra; de resto, Lisboa no verão era tão secante!... E o Conselheiro declarou que Lisboa só era imponente verdadeiramente imponente, quando estavam abertas as câmaras e São Carlos!

- Que estavas tu a tocar quando eu entrei? - perguntou Basílio.

O Conselheiro acudiu logo:

- Se estavam fazendo música, por quem são... Sou um velho assinante de São Carlos, há dezoito anos...

Basílio interrompeu-o:

- Toca?

- Toquei. Não o oculto. Em rapaz fui dado à flauta. E acrescentou, com um gesto benévolo:

- Rapaziadas!... Alguma novidade, o que estava tocando, D. Luísa?

- Não! Uma música muito conhecida, já antiga; a Filha do pescador, de Meyerbeer. Tenho a letra traduzida.

Tinha cerrado as vidraças, sentara-se ao piano.

O Sebastião é que toca isto bem, não é verdade, Conselheiro?

- O nosso Sebastião - disse o Conselheiro com autoridade - é um rival dos Thalbergs e dos Liszts.

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pág. 91 (Capítulo 4)

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Capa do livro O Primo Basílio
Páginas: 414
Página atual: 91

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I 1
CAPÍTULO II 24
CAPÍTULO III 45
CAPÍTULO IV 70
CAPÍTULO V 121
CAPÍTULO VI 154
CAPÍTULO VII 191
CAPÍTULO VIII 213
CAPÍTULO IX 251
CAPÍTULO X 273
CAPÍTULO XI 293
CAPÍTULO XII 327
CAPÍTULO XIII 346
CAPÍTULO XIV 366
CAPÍTULO XV 387
CAPÍTULO XVI 400
"O PRIMO BASÍLIO" (CARTA A TEÓFILO BRAGA) 411