O desespero dele era impotente perante o seu orgulho e o seu conhecimento de si mesmo: o noivado foi definitivamente rompido.
«Meu amor», diziam agora as suas cartas, «Meu amor, meu amor, quando acordo a meio da noite e verifico que afinal não tinha de ser assim, sinto que quero morrer. Não posso continuar a viver. Talvez que quando nos encontrarmos no Verão possamos rever as coisas e decidir de outra maneira; estávamos tão excitados e tristes naquele dia e eu não sinto que possa viver toda a minha vida sem ti. Falas das outras pessoas. Não sabes que para mim não há outras pessoas para além de ti...»
Quando Paula andava por aqui e por ali na costa leste, às vezes mencionava as festas onde ia para o fazer pensar. Mas Anson era demasiado perspicaz para se pôr a pensar. Quando via o nome de um homem nas cartas dela sentia-se mais seguro dela e um pouco desdenhoso - era sempre superior a essas coisas. No entanto, ainda tinha esperança de que um dia casariam.
Entretanto ele mergulhou fundo no movimento e no esplendor da Nova Iorque do após-guerra, entrando para uma firma de corretagem, fazendo-se sócio de meia-dúzia de clubes, dançando até tarde e movendo-se em três mundos - o seu próprio mundo, o dos jovens licenciados de Yale e a secção do semi-mundo que anda pela Broadway. Mas havia sempre um período inteiro e indivisível de oito horas dedicado ao seu trabalho em Wall Street, onde a combinação das suas influentes relações de família, a sua inteligência viva e a sua enorme energia física o empurraram quase imediatamente para a frente. Possuía um daqueles espíritos de valor inestimável que são compartimentados; às vezes aparecia no seu escritório refrescado por menos de uma hora de sono, mas tais ocorrências eram raras.
