- Sim, Padre - concordou Rudolph um tanto assustado.
- O que vais ser quando cresceres?
- Bom, eu era para ser jogador de futebol - respondeu Rudolph nervoso. - Mas acho que não é uma boa ambição, por isso julgo que vou ser actor, ou oficial da marinha.
De novo o padre o fitou.
- Compreendo exactamente o que queres dizer - disse com ar feroz.
Rudolph não quisera dizer nada de especial e, perante a sugestão de que quisera, ficou mais inquieto. - Este homem é doido - pensou; - estou com medo dele. Quer que eu o ajude nalguma coisa e eu não quero.
- Tens um ar como se tudo ainda cintilasse - exclamou o Padre Schwartz precipitadamente. - Já alguma vez foste a uma festa?
- Já, Padre.
- E reparaste que toda a gente estava bem vestida? É o que eu quero dizer. Quando tu entraste na festa houve um momento em que toda a gente estava bem vestida. Talvez estivessem à porta duas rapariguinhas e alguns rapazes encostados ao corrimão, e houvesse por toda a parte jarras com flores.
- Já estive em muitas festas - disse Rudolph bastante aliviado por a conversa ter tomado aquele rumo.
- Está claro - continuou o Padre Schwartz triunfante. - Sabia que ias concordar comigo. Mas a minha teoria é que quando muitas pessoas se reúnem nos melhores lugares as coisas cintilam todo o tempo.
Rudolph viu-se a pensar em Blatchford Sarnemington.
- Escuta-me, fazes favor! - mandou o padre impaciente. - Deixa de te preocupares com o domingo passado. A apostasia implica uma condenação absoluta somente na pressuposição de uma fé anterior perfeita. Será que isto te resolve o problema?
Rudolph não fazia a mais pequena ideia do que o Padre Schwartz estava a dizer, mas acenou com a cabeça e o padre também acenou e voltou à sua misteriosa preocupação.