Acontecera quando o táxi partiu de Biltmore ainda nem tinha andado meio quarteirão. Desastradamente ele levantara o braço direito - ela estava à direita dele - e tentara pô-lo familiarmente à volta do casaco de carmesim enfeitado a peles que ela tinha vestido. Isto, só por si, fora um erro. Era incontestavelmente mais elegante da parte de um jovem tentar abraçar uma rapariga de cuja aquiescência não estava seguro, cingindo-a primeiro com o braço mais distante. Isto evitava aquele movimento desajeitado de levantar o braço mais próximo.
O segundo faux pas fora inconsciente. Ela passara a tarde no cabeleireiro; a ideia de lhe acontecer alguma calamidade ao cabelo era-lhe extremamente penosa - e quando Peter fizera a sua tentativa infeliz, a ponta do cotovelo roçara levemente por ele. Este fora o seu segundo faux pas. Dois já bastavam.
Ele começara, a murmurar. Ao primeiro murmúrio ela decidira que ele era apenas um estudantezinho - Edith tinha vinte e dois anos, e este baile, o primeiro do género depois da guerra, recordava-lhe, no ritmo acelerado das suas associações de ideias, outra coisa - um outro baile e um outro homem pelo qual sentira algo mais do que um devaneio melancólico de adolescente. Edith Bradin estava a apaixonar-se pela recordação que guardava de Gordon Sterrett.
Saiu, pois, do toucador do Delmonico e ficou por um momento à porta olhando por cima dos ombros de um vestido preto à sua frente para os grupos dos homens de Yale que esvoaçavam, como borboletas negras, à volta do cimo da escadaria. Da sala de onde saíra derramava-se o perfume intenso deixado pelo vaivém de muitas jovens beldades bem cheirosas - aromas ricos e sugestões de pós-de-arroz perfumados carregadas de recordações.