- Pode ter a certeza - assegurou ele. - Apareço mesmo. Vou tomar chá consigo. - Falo a sério. Apareça.
Um homem moreno muito formal interrompeu-os. - Não se lembra de mim, pois não? - disse muito solene.
- Acho que sim. Chama-se Harlan.
- Não se lembra mesmo. Sou o Barlow.
- Bem, pelo menos sabia que eram duas sílabas.
Foi você que tocou tão bem guitarra havaiana na festa em casa do Howard Marshall.
- Toquei, mas não...
Um homem com dentes salientes interrompeu-os.
Edith respirou uma ténue nuvem de whisky. Gostava dos homens que bebiam um pouco; eram muito mais divertidos, atenciosos e lisonjeiros - era muito mais fácil conversar com eles.
- Chamo-me Philip Dean - disse alegremente.
- Não se lembra de mim, bem sei; -você costumava ir a New Haven com um tipo que era meu companheiro de quarto no último ano, o Gordon Sterrett.
Edith olhou rapidamente para cima.
- Bem sei, saí com ele duas vezes: ao Pump and Slipper e ao baile dos caloiros.
- Com certeza que já o viu - disse Dean descuidadamente. - Está cá esta noite. Vi-o há um minuto.
Edith estremeceu. E no entanto tivera sempre a certeza de que ele lá estaria.
- Não, não vi.
Interrompeu-os um homem gordo com cabelos ruivos.
- Olá, Edith - começou.
- Olá. Como está?
Ele escorregou e desequilibrou-se um pouco. - Desculpe - disse mecanicamente.
Tinha visto Gordon - Gordon muito pálido e apático, encostado à ombreira de uma porta, fumando e mirando o salão de baile. Edith podia ver que ele tinha o rosto magro e abatido - e que a mão que erguia para levar o cigarro à boca tremia. Nesse momento dançavam muito perto dele.
- ...convidam tantos tipos a mais que... - ia dizendo o homem baixo.
- Olá, Gordon - chamou Edith por sobre o ombro do seu par.